
A partir deste exacto momento vou tentar que me agarres e me prendas junto ao peito, junto à escassa camada de carne que te cobre as vértebras e me amarres a ti.
Vou tentar que me prendas os pulsos à parede e que os faças descer e os amarres em mim mesmo.
Vês-me?
Desculpa.
Sentes(-me)?
Não deixes que os teus olhos me percam de vista e me desfaçam no horizonte das coisas, dos dias, das pessoas.
Das coisas dos dias e das pessoas sem nome.
Posso ao menos pedir isso?
Pedir (-te) isso?
Como se se te entregasse de tronco curvado o poder do universo?
Então, dou-to.
Entrego-to agora, neste exacto momento em que já te sinto as costelas a roçar nos meus ossos e agora em que te sinto o peito acelerar.
Entrego-to.
Ao universo.
Fotografia de: Adriano Guimarães Sodré
Texto de: Maria Rocha
5 comentários:
good!
Boa Tarde. Gostei imenso deste texto e também gostei do espaço.Nao sei se o meu comentário são dos que interessam ou não,não sou lá grande coisa nesse tipo de avaliações,principalmente sobre tudo o que vem de mim.Cabe-te a ti decidir isso. Um abraço...
É dos que interessam. E és bem vindo, claro.
Outro.
Revolta e paixão... Faz todo o sentido para mim pensar que estão ligados estes dois estranhos sentimentos.
Sinto esta mesma ligação nas tuas palavras minha querida amiga e poetisa.
Um Beijo.
Boas,
É para que saibas que estou atento e gostei do espaço...
Por um comentário a dizer que o texto é fenomenal, é desnecessário.
Pearl Jam ?? Vamos lá??
Com requintez de Malvadez,
Um abraço...
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