sexta-feira, 22 de junho de 2007

Preâmbulo


és uma arma carregada de possibilidades anónimas
que matarão o tédio, nada mais
quase que podia confessar que há
um magnético segredo por desvendar
que atravessará os anos que nos demorarmos

(é viver desmembradamente)

(re)descobri o regresso para o fim dos olhos
na acolhedora pausa temporal dos segundos

debruço-me sobre o resto do pensamento
para me antecipar a mim e à minha rapidez
confesso que nada é melhor que aquecer
o pensamento com as mãos dentro de água gelada

talvez seja uma omnipresença e uma omnipotência
em reclusão que se manifesta nocturnamente
à espera do cansaço numa esquina escura
para lhe pregar uma rasteira de morte

conheço a gravidez e o parto das palavras
que saem dos teus dedos e é circular este
viciante hábito de endereçar palavras
enfurecidas a estranhos remetentes

e estranhamente não tão estranhos assim



Maria Rocha, 2007

2 comentários:

Sara Leal disse...

Olá Maria. Convidei-te para o Desafio da página 161.

http://paraepensa.blogspot.com/2007/06/desafio-da-pgina-161.html

:)

João Morgado disse...

Disparar cartucho a cartucho, o jogo da roleta russa das palavras continua. Perdido entre remetentes de remetentes de remetentes.

Gosto, stoner =)
beijo*