domingo, 10 de fevereiro de 2008

Poema I



és um abraço temporal que pára o universo
sempre que me rondas e que me dizes silêncios
em forma de amor

transformas o dia em noite só para que saiba
melhor este nosso coração partilhado e que
afinal é apenas um

improvisas e povoas os meus dias com poemas
que nunca seriam tão verdade se não tivessem
nascido de ti

se alguém me perguntasse o segredo de tudo isto
convidá-la-ia para viver connosco
durante toda a vida
só assim teria a resposta que (nos) merece

são os teus braços entrelaçados nos meus
que me fazem crer que a mobília do quarto
também nos espera,
nos anseia depois do cansaço das horas

sempre que me vejo ao espelho reconheço
as tuas mãos a tactearem-me o pescoço
como aquela primeira viagem pelo
desconhecido e permaneço com os olhos
fechados esperando que assim que os abra
tu apareças

e se te disser que apareces, que te
transportas de onde estás e que vens
ter comigo sempre que fecho os olhos,
sei que acreditarias mas não to conto

nunca precisarei de desvendar os
segredos que me ofereceste



dedicado

Escrito em Junho de 2007.


Maria Rocha, 2007

1 comentário:

Vanessa Lourenço disse...

And there is nothing to say to that, only a look, a naked look of petrified eyes towards your genious***