quarta-feira, 30 de maio de 2007
Seria a facilidade
seria a facilidade da perfeição
a vigiar-nos os passos
se
os teus olhos escorressem
por mim abaixo sem que mais
ninguém (nos) tivesse acesso
(és) o vasculhar dos sentidos
perdidos entre as dores
dos que correm sem
aquecerem os músculos
(és tu) a facilidade
do peito a derreter
todo o inverno
dos nossos trilhos
talvez sejamos uma
palavra no sítio errado
mas ainda assim uma palavra
em união com o mar a soprar-nos
ao ouvido
é o mar que te ocupa as veias
e ambos sabemos disso
(és) transparente como a água
e a lama é a tua camuflagem
e isto é apenas um punhado
de frases desgovernadas
que viajam a uma velocidade
fora da lei
como o pretensioso crime
de dar lugar às palavras
sabendo que depois se
acabarão as mensagens
subliminares
é o desejo da eternidade
que nos mantém em plena
e contínua suspensão
e hás-de negar tudo
no silêncio
que já decifro há muito
Maria Rocha, 2007
Publicada por
Maria
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
4 comentários:
"hás-de negar tudo no silêncio"
Gostei imenso, mais uma vez. As tuas palavras tem uma sensibilidade extraordinária.
bom fim-de-semana.
"é o desejo da eternidade
que nos mantém em plena
e contínua suspensão
e hás-de negar tudo
no silêncio
que já decifro há muito"
...
fantástico!
bjinhos boa semana
Oh minha querida amiga... Que magníficas palavras, que poema tão sentido...
Já sentia a tua falta.
Um Beijo.
Se o meu convida a ficar, o teu convida a ficar e a apreciar cada palavra que escreves. ;) Beijos
Enviar um comentário