terça-feira, 12 de agosto de 2008

Tele-grama



É incrível a facilidade com que somos atropelados por extremos. Espera. Isto só acontece porque não sabemos medir o que nos absorve e o que se absorve também. Tinha tanta coisa para te contar, mas estes nós na garganta já são velhos amigos de copo de whiskey na mão e que nos observam em silêncio, que esperam de nós alguma resistência e gestos brutos de quem se controla constantemente. Eu sei que é disso que se trata. Há cansaço. Há estes atropelamentos em horas e direcções erradas e opostas que insistem em me surpreender. Queria poder dizer algumas das coisas que crescem por aqui, mas seria errado e injusto. O que fica por dizer não morre. Se o acarinhar talvez venha a crescer. Talvez. Como incerta é a minha passagem pela vida dos que me convidam a passear pelos seus diários de bordo.

Maria Rocha, 2008

4 comentários:

Vanessa Lourenço disse...

Não me lembro de te ter convidado. Foi como se tivesses deixado a caneta sobre o caderno e tivesses partido. Não sei quanto tempo depois (porque nem eu ou tu sabemos), retomas-te a escrita. Não te convidei, tu, simplesmente, pertences aqui. Um beijo.***

T.E. disse...

E não me assinaste o livro :(

mar disse...

de novo aqui*
deslumbrante a tua forma de escrita* gosto bastante*
maria.

um beijo
mar.

Maria disse...

Vanessa Lourenço: Há casas sem paredes, sem tecto que me fazem sentir que lhes pertenço e sinto-me segura. Há pessoas assim, como casas seguras e confortáveis. Como tu.*

bordello: Quando cá vieres avisa e eu faço o mesmo quando regressar ao Porto. :)

mar: As Marias guardam ondas grandes dentro de si, não é? :) E eu gosto que estejas aqui. *