segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Nada mais


Sabes aquela história de alguém dizer que te conhece mesmo bem? Pois é, risca isso. Só pode ser mentira ou andas muito distraído. Gostava que tudo fosse assim. Que todas as pessoas se conhecessem através duma assistência de bastidores, com direito a comentários do realizador e tudo. De vez em quando intercedias, opinavas, conhecias um bocadinho do que se estava a passar, mas depois voltavas à tua casa, à tua vida, ao teu rumo incerto com mais um bocadinho daquela pessoa que já não era assim tão estranha. Juro que tenho tanta vontade de escrever que fico com receio de me aproximar do papel. Não sei bem avaliar o que é isto e, honestamente, nem sei se quero. De todas as outras vezes que o fiz acabei por me perder do resto do grupo. Sim, na verdade, somos muitos. Como as ovelhas que têm um pastor, um cão de guarda e onde há sempre mas mesmo sempre uma ovelha negra bem lá no meio, no sítio onde mais se nota a diferença de qualquer ponto de onde te encontres e que as avistes. Onde nos avistes. Eu também faço parte delas. Acho que sempre fiz, mas tirava umas férias de vez em quando. Se calhar, era quando te ia espiar e quando o realizador da tua vida me sussurrava o que tinha acontecido no último episódio. Percebeste bem, eu disse que fazia parte. É novo. Pois é. E não me podia importar menos com isso. O que importa é o que está por vir e nada mais.


Maria Rocha, 2008

3 comentários:

Vanessa Lourenço disse...

Se eu sublinhar o papel fica feio? Tenho comichão na alma, coças-me?***

Maria disse...

Daqui, da minha janela, consigo ver-te na tua e suspirar. Um daqueles suspiros em simultâneo que condensam tudo.

Nada do que possas fazer fica feio.

Hmm hmm. :)

*

pedro manuel magalhães de andrade disse...

where are the romantics to feed me my pills?