quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Primeira Parte


Sabes, os espaços podem ser terrivelmente redutores e castradores. Confesso que esta última palavra me aterroriza ao ponto de até ter receio de em palavras sequer reproduzi-la. Talvez um receio maior que se aproxime dos ataques humanos que se assistem por aí, por aqui e outra vez por aí - "porque há coisas que só aos outros acontecem". Estar aqui será o mesmo que não estar. E a sensação será tão maior que será inexplicável bem como a palavra última. Reproduzi-la... seja em letras, seja em desenhos. Há sempre alguém que nos interpreta qualquer que seja a imensidão do nosso fosso. E digo já fosso porque aceitando-se toda a idiotice, estar-se-á preparado, todo o humano-comum, para se autoflagelar e se deitar dormindo serenamente sobre todos os assuntos mal resolvidos.

Maria Rocha, 2005

1 comentário:

Vanessa Lourenço disse...

Tenhos duas "armas" para combater esses monstros de que falas. O meu caderno de Notas a quem já te apresentei e a minha querida capacidade de escrita, ou seja, o acto em si. Há uma aura descendente que termina na ponta dos dedos, auto-estrada emocional para o receptor que cala e consente.*