domingo, 21 de dezembro de 2008

Justiça


O bom disto é que não há regras. Pelo menos, agora neste preciso momento. Mais logo podem nascer umas quantas, mas agora é secundário. E o que queria deixar escrito é um pouco da minha passagem por aqui. Nada de novo, como sempre. Mas sempre renovado também. Nem precisaria de estar com explicações - que o não são. Mas o antes e o depois ajudam a compreender tudo de forma geral. Particularmente, apetece-me dizer que erguemos limites fiéis e justos porque, no fundo, começamos por não os ter em relação ao que quer que venha de encontro a nós ou ao contrário. Há uma elevada percentagem de anormalidade nisto que nos compõe, mas é tão forte fazer parte de tudo e estar-se tão uno com o que nos rodeia que o presente que nos é dado é a viagem de quem assiste tudo de fora e haver a emoção digna de um pai quando vê o seu filho vingar sozinho. Continuo e cada vez mais, veementemente, a ver e a sentir o que é realmente bom e o que, com as tentativas, sei que me faz bem também. Mas, desculpa-me, tenho de advertir de novo que isto que vês é tão linear quanto as velhas linhas de comboio que podem rachar a qualquer momento. A beleza disso é que sou também eu que as controlo. E se não for? Bom, o que interessa mesmo é que eu sinto isso e nem imaginas o quão atribulado foi o caminho até aqui. Dê quantas voltas der e quantas vezes eu consiga driblar o olhar do jogador menos atento, ainda lembro que nada disto é constante. Apenas e só um par de coisas que também elas não são constantes, crescem de dia para dia. Nem preciso de dizer o que é, quem é. Estivesse noutro planeta, a telepatia e o que passa aqui dentro seriam, para sempre, mútuos e livres de quebras. E nem sequer é preciso auto-advertir-me para o uso de algumas palavras. Que elas têm muito peso e importância já todos sabem disso. Mas de cada vez que as digo, as escrevo o seu peso e a sua intensidade aumentam exponencialmente e ao mesmo tempo fazem-me crer mais certa do meu próprio peso e importância.


Maria Rocha, 2008

2 comentários:

pedro manuel magalhães de andrade disse...

peso e importancia... curiosa ligaçao. poderão ser sinonimos ou não. nao me prenuncio se aquio sao ou não. mas é uma curiosa ligação. nao cesses de driblar.
*
pedro

Vanessa Lourenço disse...

O meu orgão vital tem o peso de quanto vales nele...se mo pedirem não dou, se mo tirarem morre, se tu desapareces ele desvanece. Não quero saber de lamechisses porque usar essa palavra connosco é uma heresia. Amo.te, ontem, lembras-te? Hoje, e todos os dias que o ouvires bater.*