sábado, 26 de abril de 2008
Derrogação
i)
é ouvindo o guardião das palavras
que nascem as verdades
sobre o que está adormecido
sabe-se que nos sombreiam segredos,
os mais terríveis segredos
falo de sombras menos adolescentes,
menos grotescas mas ainda assim de
s
o
m
b
r
a
s
(reparo que é uma daquelas palavras
labirínticas - morre da mesma forma
que nasce; ou será que chega a morrer?
e será que nasce?)
ii)
os que nascem de madrugada
nunca se habituam a enfrentar
os reflexos
de um crepúsculo injusto
escrevo sobre liberdade e talvez
a viole,
a prenda,
a acarinhe depois da doce luta
para a tentar
conservar em mim
mas faço-o com o descanso de quem
assassina alguém para se defender
dos tropeções da morte
acredito que mesmo que escolhesse
um renovado silêncio,
todas as verdades se iriam prender
nos que guardam uma doença cega e invísivel
eternidade e liberdade terminam da mesma forma
mas não são filhas do acaso
corrijo-me: eternidade e liberdade não terminam
subsistem,
sobrevivem,
habitam
e
nunca mas nunca adormecem as verdades
Maria Rocha, 2008
Publicada por
Maria
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7 comentários:
parabéns pelo blog.
tens um blog muito interessante. é um vicio ler as tuas palavras porque são bem tocadas. eu vou ficar para ver mais das tuas palavras senão te importares :P. boa sorte
scaramouche: Muito obrigada. E as desculpas pelo atraso tão grande.
flask: Desde que seja um vício bom... É claro que não me importo. Faz de conta de que o Trilho é teu. Obrigada.
A liberdade nunca deixa de existir, porque a preserva-mos dentro de nós.
Somos como uma jaula, mais livres somos sempre, apenas encarcera-mos em nós aquilo que vamos querendo levar pelo caminho.
Cumps pelo blog, 5* e vou passar aqui mais vezes.
Guio-me pelas sombras que são deliniadas por esta vista cansada, distingo a minha e a tua, não importa a que altura estamos, as nossas sombras sempre se distinguirão, pois levam as mãos dadas do eterno conhecimento.***
que bonito, mlw.
nem as sombras...
Sofia*
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